Dia 24 de Dezembro, 19.45h. É véspera de Natal e a família reúne-se em casa do José para passar a consoada. As batatas, o bacalhau e as couves estão a cozer. As sobremesas estão prontas e tentam desafiar a ordem natural da ceia. A árvore de Natal brilha intensamente ao ritmo das luzes compradas para o efeito e as prendas amontoam-se em volta dela. E é aí que tudo começa a correr mal. Falta uma prenda!
A prenda daquela tia afastada que já não ia passar o Natal lá a casa há alguns anos. Primeira reacção é de pânico irracional. A segunda reacção é a de avaliar as alternativas e chegar à conclusão que, de facto, há motivos para estar em pânico.
As opções são escassas. Não se pode deslocar para uma área muito afastada de casa (sob pena de comer o bacalhau frio) nem tem muitos serviços que lhe possam satisfazer uma hipotética encomenda e levá-la a casa numa janela de tempo tão curta. Nem o Pai Natal de trenó o safa…
Talvez alguém na Amazon tenha vivenciado esta aterradora experiência e o tenha motivado a desenhar um serviço de entregas que promete revolucionar o mundo em que vivemos.
Com o desenvolvimento da tecnologia robótica, o uso de drones têm-se tornado cada vez mais usual. Inicialmente usados em áreas mais restritas e longe do olhar do comum dos mortais, rapidamente o potencial dos drones foi reconhecido como algo que poderia ter uma aplicação prática no dia-a-dia mais mundano. Partindo deste pressuposto, a Amazon está a criar um serviço de entregas com drones chamado Amazon Prime Air.
Basicamente este drone será como um insecto mecânico gigante que carregará a encomenda previamente adquirida no site do armazém/loja até à casa do cliente. Este serviço de entregas poderá diminuir consideravelmente os prazos de entrega, pode vir-se a estabelecer como uma alternativa mais económica em relação aos camiões que andam com as mercadorias e por consequência ser uma forma de transporte de mercadorias mais amiga do ambiente. É certo, que este serviço irá apresentar limitações como o peso máximo da encomenda que poderá transportar (fala-se em 2,3kg) e no raio de distância que irá cobrir (as previsões apontam para 16km), mas é inegável o brutal avanço que os drones podem trazer à distribuição.
No entanto, ainda deve demorar até vermos drones transportarem livros, jogos de computador e outras coisas que tais junto de nossas casas. É necessário todo um processo de legislação de segurança aérea de forma a provar que este método de entregas é seguro. Há também que garantir que a permissão da utilização de drones em espaço aberto e livre não interfere com a privacidade das pessoas. E é preciso ainda ter em conta que Portugal não será um dos primeiros países a presenciar esta realidade, com certeza…