A gestão de tráfego ferroviário exige horas certas para os vários comboios. É assim, e apenas assim, que tudo pode correr na normalidade e dentro do previsto. Já pensou na confusão que seria apanhar um comboio perante a inexistência de gestão de tráfego ferroviário?
O grande conflito do comboio: os atrasos
A gestão de tráfego ferroviário leva, obviamente, em consideração os atrasos. Mas não muito: isto porque os horários são elaborados sem uma grande margem para contemplar atrasos que possam ocorrer por forma a possibilitar uma maior rendibilidade da linha e dos serviços de comboio disponibilizados.
Mas os atrasos não geram atrasos? Geram pois!
A ocorrência de atrasos, com causas variadas independentemente da gestão de tráfego ferroviário, desencadeiam uma sequência de novos atrasos – inclusive em outros comboios que com as mesmas linhas e as mesmas estações.
Atrasos de comboio primários e atrasos secundários
Um atraso de comboio primário é todo aquele que não deriva de outro. Já um atraso secundário é consequência de outro entretanto ocorrido. Os atrasos, primários ou secundários, não mais são do que uma mudança – embora forçada pelas circunstâncias – no horário do comboio. Uma mudança imprevisível, claro.
Este imprevisto no horário é o suficiente para um operador da gestão de tráfego ferroviário introduzir alterações para corrigir atrasos e, novamente, gerar atrasos. Está a perceber como se desencadeia?
Meet and Pass
Um conflito no tráfego ferroviário ocorre sempre que um comboio é inibido de efectuar o seu percurso normal – este conflito designa-se de meet and pass, ou seja, a criação de um conjunto de restrições que assegurem o cumprimento das regras de circulação dos comboios e cuja solução final terá sempre de respeitar não obstante os atrasos.
Há, então, dois tipos de meet and pass:
- quando há entrada de um comboio numa linha ocupada por um ou mais comboios a viajar em sentido oposto;
- quando há entrada de um comboio num cantão ocupado por outro que viaje na mesma direcção.
Um terceiro conflito
que ocorre, mesmo havendo a gestão de tráfego ferroviário, refere-se à entrada de um comboio numa estação com a capacidade máxima preenchida.
Previsão de consequências das eventuais alterações em simultâneo com manutenção das regras do tráfego é por onde passam as soluções destes conflitos.
As questões para a resolução
A resolução de conflitos na gestão de tráfego ferroviário envolve custos, tudo envolve custos, cujas opções passam pela resposta às seguintes questões:
- que tipo de comboio é? (os comboios de passageiros têm de cumprir um horário bem mais rigoroso do que os comboios de mercadorias);
- quais e quantas são as correcções a introduzir?
- em que estações estão ou serão colocados os atrasos?
- em que dia(s) e hora(s) ocorrem?